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Dor na região do rádio, na direção do polegar, com perda de força, aumento de volume, inflamação, pior para aduzir e abduzir (abrir e fechar) o polegar: tenossinovite do 1º compartimento extensor, conhecida como tenossinovite de De Quervain*.

O que é a tenossinovite de De Quervain? É uma inflamação que acontece com os tendões do 1º compartimento extensor: abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar, sob o retináculo extensor, no estilóide do rádio. 

Quando acontece: sempre que o paciente faz força com o polegar em abdução (aberto) ou com o punho em flexão. Algumas profissões fazem com que o paciente se mantenha assim por várias horas por dia. Contudo, não há outro período da vida que reúna um cenário tão propício quanto o puerpério: há uma associação de aumento de volume dos tendões devido à lactação e a posição de segurar o recém-nascido para quase todas as atividades, principalmente, a amamentação. Algumas avós também apresentam a doença, por causa da posição de segurar o(a) neto(a).

O diagnóstico é feito pela história e exame físico. A dor no punho, com irradiação para o polegar, quando se flete o punho ou se abduz (abre) o polegar é bastante típico. Piora durante a noite ou pela manhã e quando se realiza força. Os dois testes especiais mais utilizados são: Eichhoff e Filkenstein. Ambos envolvem a desvio ulnar do punho e presença de dor sobre o estilóide radial.

Podemos solicitar radiografia e ultrassonografia para confirmar o diagnóstico. No segundo, há um “halo” de inflamação ao redor dos tendões, sob o retináculo. Podem ser formar cistos no retináculo extensor.

O tratamento depende da intensidade da dor e limitação da força e mobilidade da(o) paciente.

De modo geral, inicia-se com um anti-inflamatório (tipo não esteroidal ou tipo corticoide), uso noturno de órtese antebraquio-palmar com bloqueio do polegar (órtese comprada em farmácias ou lojas ortopédicas que imobilizam o polegar e punho) e fisioterapia. Além da reabilitação com profissional, deve-se realizar alongamento diversas vezes ao dia.

Caso não se consiga tratar a enfermidade da forma acima, indico tratamento com infiltração com corticoide local. Não há necessidade de se entrar dentro do 1º compartimento extensor, para se evitar a dor da distensão na região. Os trabalhos da literatura médica indicam até 70% de sucesso com esse procedimento. Como efeito colateral principal, pode ocorrer a formação de uma mancha hipocrômica (esbranquiçada) na região ao redor da infiltração, que costuma, entretanto, desaparecer entre 6 meses e 2 anos.

Se ainda assim a dor persistir, está indicado o tratamento cirúrgico. 

Deve-se realizar a abertura do 1º compartimento extensor e se liberar todos os tendões. Não é incomum termos tendões acessórios, tendões bífidos e compartimentos “escondidos” sobre o retináculo extensor. 

O cirurgião deve ser experiente e estar atento a fim de se evitar a necessidade de novas cirurgias para abrir compartimentos extranumerários, no caso de não melhora do incômodo do paciente.

Pode acontecer alterações da sensibilidade por manipulação do ramo sensitivo do nervo radial, assim como subluxação ou luxação dos tendões para palmar. Todavia, as complicações são incomuns.

*Fritz De Quervain foi um cirurgião suíço que viveu entre 1968-1940, sendo notável em estudos da tireóide e tem seu nome atrelado a duas doenças: Tireoidite de De Quervain e Tenossinovite de De Quervain.

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