Home » Especialidade » Coluna » Tratamentos não Cirúrgicos » Tratamentos não cirúrgicos para fraturas

As fraturas da coluna vertebral podem ocorrer em qualquer um de seus segmentos, com repercussões diferentes em cada um deles. 

Os traumas da coluna cervical são os mais perigosos, pois podem ocasionar a perda da função da medula espinal abaixo do nível de lesão, com a possibilidade de tetraplegia (perda de mobilidade e sensibilidade nos membros superiores e inferiores, alterações das funções esfincterianas, entre outras alterações). 

As fraturas da coluna torácica também podem atingir a medula espinal, mas dependendo do nível de lesão, podem poupar as funções dos membros superiores, deixando graus variados de controle do tronco, mas invariavelmente causando paraplegia (perda de mobilidade e sensibilidade nos membros inferiores, alterações das funções esfincterianas, entre outras alterações). 

As fraturas da coluna lombar também podem atingir a medula na sua porção final, quando ocorrem na região lombar alta. Estas fraturas também têm o potencial de causar déficits motores e sensitivos nos membros inferiores com perda de função potencialmente incapacitante. 

As fraturas que apresentam alterações no funcionamento do sistema nervoso ou que podem potencialmente colocar em risco tais funções têm indicação de tratamento cirúrgico. Nos demais casos, onde não há risco de lesão das estruturas nervosas, podemos utilizar métodos não cirúrgicos. 

Há uma variedade de tipos de coletes utilizados para o tratamento das fraturas da coluna, dependendo da sua localização: coletes cervicais, toracolombares e lombares. Os coletes ou colares cervicais atuam estabilizando as fraturas da coluna cervical. O mais comum em nosso meio é o chamado colar do tipo Filadélfia. Este colar é utilizado no tratamento das fraturas da coluna cervical e, apesar de ser muito desconfortável, é uma boa opção para os casos que não necessitam de cirurgia. 

As fraturas da coluna torácica e junção toracolombar podem ser tratadas com coletes toracolombares, sendo o mais comum em nosso meio, o colete de Jewett. Este colete atua impedindo movimentos de flexão do tronco, sendo também denominado colete de hiperextensão toracolombar. O objetivo deste colete é evitar o colapso da região do corpo vertebral em fraturas, mas há controvérsias com relação à sua eficácia. 

Fraturas da região lombar podem ser tratadas com coletes que imobilizam esta região, sendo o mais comum em nosso meio o chamado colete de Putti. Este colete possui tiras metálicas em sua região posterior que se moldam à lordose do indivíduo e atuam estabilizando a região lombar. Há outros coletes que podem ser utilizados para o tratamento das fraturas, sendo que a indicação correta, o uso adequado e o acompanhamento criterioso determinam o sucesso do tratamento. 

Como os coletes atuam de forma a estabilizar externamente as fraturas, seu uso não elimina a dor causada pela fratura de forma imediata, sendo comum a persistência do quadro doloroso nas primeiras semanas ou meses iniciais de tratamento. 

Com o passar do tempo, as fraturas passam pelo processo de consolidação, e consequentemente a dor melhora gradativamente. Importante ressaltar que uma indicação inicial de tratamento com colete pode ser alterada ao longo do acompanhamento da fratura. Alterações nas características da lesão podem indicar riscos iminentes às estruturas nervosas, com a necessidade de abordagens cirúrgicas. 

Idealmente os coletes devem ser usados em tempo integral e até que haja liberação do seu uso pela equipe médica especializada. 

Artigo escrito pelo Dr. Denis Seguchi Sakai

Médico Ortopedista especialista em Coluna

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