Home » Especialidade » Coluna » Tratamentos não Cirúrgicos » Exercícios específicos para escoliose

As escolioses podem ser classificadas de acordo com a idade de aparecimento e com a causa da deformidade. A forma mais comum de escoliose é a chamada de idiopática e ocorre na maior parte das vezes durante a adolescência. Ainda não sabemos qual a causa exata deste tipo de escoliose, mas sabemos que há uma grande possibilidade dela ser geneticamente transmitida. 

Sabemos também que não há um padrão ou regra de herança nestes casos. Interessante notar que os indivíduos da mesma família que possuem escoliose podem ter evoluções totalmente diferentes, alguns precisando apenas de acompanhamento médico e outros de cirurgia.

Nas escoliose idiopáticas do adolescente, indicamos o uso de coletes a partir de aproximadamente 25 graus de deformidade, mensurada pelo método de Cobb em radiografias chamadas de panorâmicas ou mais recentemente em máquinas chamadas EOS, onde é possível examinar a coluna vertebral inteira em um único filme. Levamos em consideração também o grau de maturidade esquelética dos pacientes. 

As órteses (o outro nome dado aos coletes) são tratamentos não cirúrgicos já consagrados para alguns tipos de escoliose e devem ser utilizados quando a deformidade atinge uma certa graduação (25 graus). 

Outra forma de tratamento não cirúrgico que vem ganhando importância nos últimos anos são os chamados exercícios específicos para escoliose. Existem algumas escolas ao redor do mundo dedicadas ao tratamento de pacientes portadores de escoliose. Interessante notar que o RPG não é um destes métodos!

Há descrição de 7 escolas de exercícios específicos para escoliose atualmente, sendo as mais comuns em nosso meio o método Schroth e SEAS.

A Escola de Fisioterapia de Barcelona, fundada pelo Dr. Manuel Rigo, ensina a abordagem baseada no método Schroth, com correções posturais tridimensionais, ativação muscular e exercícios de respiração. Os exercícios tridimensionais são desenhados para alongar a coluna, derrotar os segmentos vertebrais e aplicar forças de correção laterais. Este é atualmente o método mais popular nos Estados Unidos. 

O chamado Scientific Exercise Approach to Scoliosis (SEAS) teve origem na Itália em 1960. O método baseia-se em ensinar ao paciente a autocorreção seguida de exercícios funcionais, que tem por objetivo atingir ou manter o controle postural e estabilização espinhal na postura corrigida. 

A dificuldade dos exercícios aumenta gradativamente, fazendo com que os pacientes desenvolvam uma resistência muscular na postura corrigida. De uma forma geral, estes exercícios tem como objetivo ensinar aos pacientes portadores de escoliose formas ativas de correção das deformidades. 

Os exercícios devem ser realizados diariamente, podendo ser iniciados mesmo em pacientes com curvas menores de 25 graus, ainda sem indicação médica de uso de coletes. As deformidades podem piorar mesmo realizando os exercícios de forma correta e pode ser necessário associar o uso de colete em algumas situações. 

Os exercícios específicos para escoliose são realizados por fisioterapeutas capacitados e pode ser uma boa alternativa para o tratamento não cirúrgico de alguns tipos de escoliose. A associação de colete com estes exercícios também tem ganhado mais evidência e novos trabalhos científicos de qualidade devem ser publicados em breve, mostrando seus efeitos positivos. 

Artigo escrito pelo Dr. Denis Seguchi Sakai

Médico Ortopedista especialista em Coluna

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